Saudações internautas!
Esse blog começou com o intuito de mostrar alguns trabalhos meus com origami, mas estive pensando - como sempre estou - na grande força democrática que um blog proporciona, afinal, podemos escrever o que quisermos nele!
Depois de ter lido um excelente
texto de Lya Luft - no qual ela faz uma análise sobre a influência do poder de decisão individual em paralelo às condições sociais de nosso país, também assisti dois filmes estrangeiros, um alemão e outro chileno, o primeiro uma obra de Rainer Werner Fassbinder:
"As Lágrimas Amargas de Petra von Kant (1973)", e outro do diretor Andrés Wood:
"Machuca (2004)" - acessem o link para as sinopses -, e após algumas sessões de conversas com amigos sobre democracia e liberdade (principalmente a ausência dela), resolvi trazer algo mais do que uma foto e um comentário sobre ela.
Para alguns, a liberdade é tida como algo perigoso, pois a partir do momento em que posso fazer o que quero, está também implicita a possibilidade de querer fazer qualquer coisa, seja boa ou ruim, dentro de vários pontos de vista.
Mas eu acredito na liberdade, não a temo, só não sei o que faria se a conquistasse por completo, mas de qualquer forma estaria satisfeito.
Mas, afinal, o que nos impede de sermos livres por completo? Quero dizer, vimos de uma natureza completamente livre. O homem assim como todos os animais é um ser livre naturalmete. Então, em que ponto da história da humanidade perdemos a total liberdade?
Quem conhece a história sabe que o surgimento do capitalismo e seus ideais, contribuiu significativamente para o aprisionamento do homem pelo homem. Não quero tratar o capitalismo somente como um termo que defina uma estrutura socio-político-finaceira, mas mostrá-lo como o reflexo de um sentimento humano, da ânsia pelo poder, a ganância, o egoísmo, entre outros, que por sua vez acarretam na alienação e na ignorância pela banalização do conhecimento.
O que quero dizer com tudo isso é que nós abrimos mão de exercer a nossa liberdade para prendermos uns aos outros, uns pelos outros, pelo acúmulo de bens a qualquer custo, assim como fizeram os povos colonizadores com povos indígenas, que por sua vez não admitiram tal imposição e acabaram sendo dizimados.
Então afirmo que a liberdade do ser humano é retirada, a partir do momento em que ele se permite prender, alienar-se, que podemos escolher entre viver para acumular bens ou simplesmente viver desenvolvendo nosso grande potencial mental, buscando o conhecimento através do prazer individual e utilizando-o (o conhecimento) para o bem comum. Por fim, fico com o ideal indígena, prefiro morrer a perder a minha liberdade!
Espero que tenham gostado!
E, já que vejo a arte como um forma de expressão da liberdade, tal qual Beethoven a usou como inspiração para boa parte de suas composições, apresento-lhes um origami feito por mim, o Pluto ou Plutão, uma bola com 40 peças costuradas, um pouco trabalhosa, mas com um efeito bem legal!
Pra quem deseja fazer a peça, aí vai o diagrama do Plutão:
pág. 1,
pág. 2.
Obs.: Críticas construtivas são sempre bem vindas!
Abraços