20/02/2010

Beija-flor



Olá pessoal!
Uma das criaturas mais incríveis da natureza, muito bem representada por um dos maiores origamistas do mundo, Michael LaFosse, em seu livro Advanced Origami.
Esse origami foi feito com papel sanduíche 40x40, só não fui muito feliz com a textura do papel que fiz, no entanto acho que ficou bem legal, mas deixo com vocês os comentários sobre ele.
Ah, andei blogando por aí e encontrei um site muito bom de origami, que possui inclusive alguns cursos on-line. Comecei a fazer o curso de dragões do Blog Desdobrei, então essa semana já estarei postando os resultados.

E já que falamos da natureza e tendo a consciência de que nós, seres humanos, nem sempre somos tão conscientes assim, deixo a letra de uma música que mostra um pouco da falta do contato do ser humano com a natureza, com seus próprios sentidos, enfim, com a vida. Pra quem nunca ouviu, nem viu:

O Teatro Mágico - Insetos Interiores

Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.

A futilidade encarrega se de "mais tralos'.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.

Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, "infértebrados".
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se

A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.


Até mais!

Diagrama:

Beija-flor - Michael LaFosse: Rapidshare

3 comentários:

  1. Taí um bicho que eu quero fazer...
    só que o link tá quebrado.. hehehe
    um abraço

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  2. caraaca, tá muito legal esse. Quero aprender!!

    cris.

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